segunda-feira, 23 de maio de 2016

SINTONIA FINA

Cantaroladas pelos pais, as canções de ninar podem fazer parte da rotina da creche. Elas ajudam a estreitar os laços com a família dos pequenos.


Fotos: Diana Abreu


A relação das crianças com a voz materna e a memória sonora delas começam ser a formadas na gestação. Segundo o psiquiatra francês Serge Lebovici (1915-2000), essas "impressões sonoras" preparam o vínculo do filho com a mãe para quando o cordão umbilical não os unir mais. Por isso, de acordo com Ana Paula Stahlschmidt, psicóloga e doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é interessante que os pequenos ouçam a voz da mãe desde cedo, inclusive na hora do acalanto, como também são chamadas as canções de ninar. 

No mundo todo, o passar do tempo muda as gerações e as culturas, mas essas músicas, que embalam o sono dos bebês, têm lugar cativo no repertório familiar. Elas acalmam, aconchegam e dão segurança para que os bebês durmam. Curtas e repetitivas, são fáceis de decorar. 

"Na creche, as canções de ninar ajudam a estabelecer outro laço afetivo: o do educador com as crianças, que passam a se sentir mais tranquilas e acolhidas", explica Sandra da Cunha, professora de Música na Escola Municipal de Iniciação Artística de São Paulo. 

Canções aproximam as famílias da creche 
Além do bem-estar das crianças, os acalantos promovem outros ganhos. Ao colocá-los em cena, de acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, o docente contribui para o desenvolvimento da percepção e atenção da turma, tal como ocorre com a exploração de brincadeiras com palmas, rodas e cirandas. 

As canções também estreitam os laços da família com os pequenos e com a instituição. Uma ideia é pedir para os pais gravarem as músicas preferidas dos filhos para que, além das canções, a voz deles também chegue à instituição.

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